quarta-feira, 16 de junho de 2021
A pandemia alterou muitos padrões e processos em vários setores. No comércio exterior não foi diferente. Muitas práticas já conhecidas e consolidadas precisaram ser revisadas. A capacidade de conduzir mudanças com rapidez é vital para crescer e se manter em destaque, especialmente em tempos de crise sanitária e econômica.
Por outro lado, o cenário complexo é uma oportunidade de aprendizado única. Neste artigo, apresentamos algumas das lições que conseguimos extrair deste período difícil.
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Para muitas empresas, a pandemia do COVID-19 está gerando uma série de desafios. Faturamento, inadimplência, estoque de matéria-prima e logística de transporte são algumas das questões que precisam ser gerenciadas com cuidado redobrado.
Além disso, os líderes de negócios têm dificuldade de conduzir o planejamento logístico e o processo de tomada de decisões. Isso, principalmente, porque neste momento crítico é preciso lidar com a falta de previsibilidade de demanda, de receita e de comportamento do fluxo de movimentação de cargas. O futuro é incerto.
Por isso, para manter as operações com sucesso no comércio exterior ter resiliência é fundamental. Trata-se, acima de tudo, da capacidade de construir uma infraestrutura e adotar um modelo de gestão que permita lidar com as mudanças. Por exemplo, com a pandemia, no comércio exterior, os modais aéreo, marítimo e rodoviário foram impactados com novas regras sanitárias impostas pelos países para conter a disseminação do vírus. Uma empresa resiliente é capaz de se adaptar às novas diretrizes com rapidez e eficiência.
Essa não é exatamente uma lição, mas, sim, uma confirmação. Mesmo em ano de pandemia, com todas as dificuldades que precisamos gerenciar, o Brasil foi o único país, dentre as vinte maiores economias mundiais, a expandir seu volume de exportação. O número comprova o potencial exportador do país.
Na prática, esse é um dos fatores que mantém o comércio exterior brasileiro aquecido, já que o Brasil exporta para países gigantes, como a China.
Com a pandemia, vários estados brasileiros optaram pelo isolamento social, para conter a disseminação do COVID-19. Desse modo, além da redução do movimento no comércio e na indústria, o setor logístico também sentiu os impactos da pandemia.
De acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), em abril de 2020, o modal rodoviário apresentou queda de 45,2% no volume de cargas no país. Tudo isso implica em atrasos nas entregas de produtos e matérias-primas.
Em uma situação como essa, fica ainda mais evidente como o Brasil é dependente do modal rodoviário: cerca de 60% de tudo o que consumimos é transportado por este modal.
Além disso, no comércio exterior, o modal rodoviário também movimenta as cargas até as áreas portuárias e aeroportuárias.
Com a pandemia, vários países precisaram fazer alterações na legislação que dispõe sobre a movimentação de cargas. A crise sanitária deixou claro que para atuar no comércio exterior é preciso acompanhar os marcos jurídicos de perto.
Por exemplo, a legislação contratual brasileira é congênere à legislação chinesa quanto a possibilidade de resolução contratual, contudo não são idênticas. Sendo assim, cada contrato comercial inadimplido precisa ser analisado individualmente, para assegurar a solução mais acertada e resolver o conflito de interesses gerado pela pandemia.
Com a necessidade de isolamento social, o trabalho remoto passou a ser a solução mais viável, para que as empresas conseguissem manter boa parte das suas operações.
Aqui na Asia Shipping, optamos por manter os colaboradores de áreas administrativas em regime de home office. E o melhor: descobrimos que essa jornada de trabalho pode ser produtiva. Temos alta eficiência operacional com muitos profissionais conduzindo suas atividades em home office.
No comércio exterior, a imprevisibilidade e a volatilidade na demanda marcaram 2020. Com a pandemia, o “efeito manada” no comércio foi ruim, independente dos resultados positivos ou negativos.
Depois de uma queda nos primeiros meses da pandemia, vimos uma retomada no terceiro trimestre do ano, confirmando a grande volatilidade da demanda mundial. A pandemia gerou nó na logística em todo o mundo.
Com o lockdown na Ásia, que manteve todo o comércio fechado, as importações brasileiras foram impactadas. Mais de 28 navios cancelaram viagens para o Brasil.
No terceiro trimestre, uma forte recuperação refletiu diretamente no custo dos fretes. Em junho de 2020, o valor dos fretes ficou abaixo de 300 dólares, subindo para dois mil dólares em setembro e fechando o ano em oito mil dólares.
O desafio de diversificar fornecedores e clientes no comércio exterior ficou ainda mais claro com a pandemia. O Brasil ainda é muito dependente da China em vários produtos. O mundo percebeu que está muito dependente da nação chinesa.
Para fortalecer o comércio exterior, muito além de estabelecer novos acordos comerciais, o Brasil precisa reduzir o chamado ‘Custo Brasil’. Fazer negócios com a Coréia, Indonésia, China e os Estados Unidos é estratégico e importante, sim.
Contudo, antes, é preciso antes conduzir as reformas tributárias e administrativas, além de priorizar investimentos em infraestrutura.
No comércio exterior brasileiro, uma boa maneira de medir o aquecimento ou não do mercado é acompanhar o volume de carga dos navios de exportação.
Cada vez mais, os fluxos internacionais de cargas podem ser analisados como um indicadores econômicos importantes. Ao observar a capacidade dos navios, por exemplo, é possível medir a temperatura do comércio exterior.
Essas foram 10 lições que aprendemos, aqui na Asia Shipping, com a pandemia. Quer saber mais sobre outros temas logísticos? Continue acompanhando o blog!