terça-feira, 27 de outubro de 2020
A transformação digital vem revolucionando vários setores do mercado, e o comércio exterior não poderia ficar de fora. No transporte marítimo, a tendência de automatização e modernização dos portos se consolida, cada vez mais, em vários países pelo mundo.
Logo, a inovação deve chegar nos portos brasileiros também. Até mesmo porque este tipo de estratégia, desde que bem planejada e gerenciada, pode trazer várias vantagens.
De acordo com estudo da McKinsey, as despesas operacionais portuárias podem cair de 25 a 55% e a produtividade pode aumentar de 10 a 35%. Com o tempo, esses investimentos em modernização devem levar à construção do Porto 4.0.
Quer saber como esse movimento está acontecendo nos portos brasileiros? Continue lendo o artigo!
Especialmente para a logística internacional, os portos brasileiros exercem um papel de destaque. Tanto é verdade que o país possui 175 instalações portuárias de carga.
Segundo dados da Antaq, no primeiro semestre de 2020, os portos públicos e privados movimentaram 538 milhões de toneladas, um acréscimo de 4,4% em relação ao mesmo período de 2019.
Contudo, mesmo com essa ótima performance, um dos desafios é otimizar a capacidade e a agilidade dos portos brasileiros.
O porto organizado é aquele que tem infraestrutura adequada para atender às demandas de navegação, de movimentação de passageiros ou de transporte e armazenagem de mercadorias.
Nos portos automatizados, também conhecidos como inteligentes, todas as máquinas e equipamentos são gerenciados a distância por profissionais, garantindo a redução de 85% da mão de obra.
Dessa maneira, quando os portos investem modernização e automatização, usando soluções tecnológicas como a inteligência artificial, eles ganham condições de otimizar a operação e o tráfego de cargas, aumentando também a lucratividade.
Mundo afora, são vários os exemplos de modernização das estruturas portuárias.
O porto chinês de Caofeidan, por exemplo, pretende se tornar o primeiro 100% autônomo. Dentro do projeto, uma das etapas mais importantes é a substituição dos caminhões portuários por veículos autônomos. Quando coordenados com guindastes automáticos, eles serão responsáveis pelas operações de carga e descarga.
Na Europa, Rotterdam iniciou um projeto com a IBM e a Cisco para criar uma plataforma digital. O objetivo é coletar e analisar informações meteorológicas, auxiliando na atracação.
Além disso, existem outros sistemas automatizados que também visam tornar os equipamentos portuários mais autônomos. Algumas companhias já oferecem soluções como a gestão de ganchos de liberação rápida com controle remoto.
Com os investimentos em automatização e modernização, a tendência é que o porto comece a atuar muito mais como um orquestrador de serviços. Se antes o foco era operar ativos, com a transição para o Porto 4.0, acompanhando a Indústria 4.0, o desafio é gerar mais valor para os operadores portuários, fornecedores e clientes.
Na prática, essa transformação traz uma série de vantagens para as operações portuárias. Veja seis benefícios da modernização de portos:
- Aumento de eficiência operacional;
- Processos mais ágeis;
- Redução de congestionamentos de carga e gargalos logísticos;
- Uso inteligente de dados e informações;
- Nível de segurança aprimorado;
- Redução de custos a longo prazo.
Para a modernização dos portos brasileiros, o país se depara com uma série de desafios. Na prática, para viabilizar a implementação da automatização nas estruturas portuárias é preciso driblar uma série de aspectos:
- Falta de padronização entre máquinas e equipamentos;
- Leis que dificultam a implantação de soluções tecnológicas;
- Altos custos para implementação;
- Falta de recursos para o projeto.
Diante dos novos investimentos em modernização nos portos brasileiros, a expectativa é de aumento da capacidade instalada e da produtividade. Ele também chama atenção para a necessidade de criação de novos portos e de novos pontos intermediários para atração de cruzeiros turísticos.
Um dos aspectos que podem impulsionar a automatização dos portos é a transferência da gestão para a iniciativa privada. Dessa forma, a gestão portuária ganha agilidade e mais: uma visão de negócio que o governo federal não tem.
Afinal, os portos brasileiros gerenciados pelo governo ficam submetidos a processos demorados. Dependendo do caso, uma licitação, por exemplo, pode demorar anos.
Quer saber mais sobre os desafios da automatização dos portos brasileiros e o uso de novas tecnologias na logística? Continue acompanhando o blog da ASIA SHIPPING.